terça-feira, 11 de outubro de 2011

LUÍS GUANELLA, PAI DOS POBRES


Caríssimos internautas!
Estamos vivendo uma grande alegria, pois se aproxima a grande festa da CANONIZAÇÃO do nosso FUNDADOR, o Pe. Luís Guanella. Nessa edição da revista, quero levar até vocês um dos passos pelos quais ele chegou à santidade.
A partir de uma forte experiência de Deus, surge no coração de um santo a forte convicção de se tornar pai dos pobres. O Pe. Luís Guanella tinha uma profunda consciência da importância de um bom pai na vida do ser humano. A presença do pai traz segurança, equilíbrio, proteção e firmeza de caráter.
Com base na confiança no Pai Providente e Misericordioso, que nunca lhe deixou faltar nada, tendo também como modelo Jesus Bom Pastor, que carrega a ovelha ferida em seus braços, e o Piedoso Samaritano, que dispensa tempo, bens e cuidado àquele que necessita da sua ajuda, traduziu esta relação filial que tinha para com Deus em fraternidade solidária para com os pobres. Apaixonou-se por eles, com a mesma intensidade de amor que tinha para com Deus. Dessa forma, não precisou falar da sua relação e da sua experiência filial com Deus, porque os seus atos em favor dos menos favorecidos o demonstraram.

“Todas as vezes que fizestes isto a um dos menores dos meus irmãos, a mim o fizestes”
Mt 25,40
Na casa Divina Providência acolhe todo tipo de pobre. Ele não faz escolha, recebe e transmite carinho e afeto às pessoas como elas se apresentam. Ele via Deus nos pobres, por isso dizia: eles são nossos patrões, eles nos educam. Através de um intenso trabalho interior conseguiu esclarecer para si mesmo que ser pai e servir os pobres era um desejo do coração do próprio Deus. Por isso, tinha cada vez mais a convicção de que não se tratava de um capricho pessoal, mas tinha a consciência e a certeza de que se tratava da vontade do Pai, e sentia que o cumprimento dessa vontade satisfaria a sede de felicidade do seu próprio coração.
Guanella foi um perito em humanidade e por isso afirmava: “o homem não é fruto do acaso, mas uma obra maravilhosa da inteligência, da bondade e do amor de Deus”. Um dos pilares onde apoiou a sua missão caritativa foi a consciência de que a ajuda que se dá ao pobre é feita ao próprio Deus: “Todas as vezes que fizestes isto a um dos menores dos meus irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25,40).
Para Guanella o serviço da caridade é não somente o lugar onde a santidade se manifesta, mas também é o espaço onde a mesma amadurece. A santidade cresce na e com a caridade. Outro aspecto importante que qualificou a sua santidade foi aquele de criar uma família de colaboradores, que unidos entre si com o vínculo da caridade vivessem junto aos pobres, como uma pequena comunidade de santos, uma família que junto crê, ama, espera e age, sob o olhar paterno de Deus Pai.


E fica esse recado do nosso memorável Papa, hoje Beato João Paulo II, na visita feita a Casa São José, em Roma, no dia 28 de março de 1982: é fácil se apaixonar pela beleza visível; é difícil enamorar-se na falta de beleza. Para descobrir a beleza quando falta, quando se vê a não beleza, e necessário uma caridade particularmente profunda, penetrante, especialmente grande e única. Este é o caminho que o Pe. Guanella percorreu, este é o vosso caminho.”
Antes de ver o pobre como uma pessoa que precisava de ajuda material, a caridade lhe abria os olhos do coração e lhe fazia ver um irmão que devia ser amado. Portanto, dizia o Pe. Luís Guanella: quero amar, a necessidade de amar é, para mim, indispensável como o respiro.” Somente com um amor tão firme e tão perseverante poderemos experimentar Cristo e servi-lo na pessoa dos mais necessitados. Esse é um seguro caminho de santidade. Que possamos trilhá-lo, sem medo, seguindo as pegadas de um santo apaixonado, que adota aqueles que ninguém quer (os marginalizados) e os acolhe e os ama com afeto de pai.

*Autor: Pe. Valdemar Alves Pereira - SdC

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