segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Milagre para a Canonização: a cura de William Glisson

Jovem William Glisson, miraculado por intercessão do Pe. Luís Guanella

O milagre relacionado com a canonização aconteceu em março de 2002 na diocese de Philadelphia. Na tarde de 15 de março de 2002, William Glisson estava patinando com o seu amigo na avenida Baltimore Pike de Springfield em alta velocidade e sem capacete. Por causa de um pequeno buraco caiu para atrás com um pulo de cerca 2 metro e meio de altura e distante quatro metros, tendo como consequência um forte traumatismo na região occipital.
Foi levado imediatamente com a ambulância inconsciente ao hospital “Crozer-Chester Medical Center”, aonde foi diagnosticado um estado de coma classificado GCS 7-8-9. Tendo aparecida uma agitação psicomotora, foi sedado e entubado para ajudar na respiração. Um diagnóstico exato com um linguajar médico-científico permite entender a importância do milagre.
Logo foi feito um exame de TAC do encéfalo (tomografia computadorizada) constatou uma grave contusão frontal esquerda com hematoma epidural, um hematoma subdural parietal esquerdo, uma contusão fronte-temporal direita, uma hemorragia sub-aracnóide pós-traumática, um efeito massa com deslocamento das estruturas medianas e uma fratura da base craniana estendida ao occipital direito.
Submetido à intervenção neurocirúrgica, foi realizada uma craniotomia frontal direita com extração de um hematoma epidural e subdural direito, ressecção da contusão frontal direita, implante de sistema para a sua avaliação da pressão intracraniana (PIC).
A 16 de março a PIC se mantém elevada com valores de 43, para descer a 17 depois da infusão de manitol e sobe de novo a 36.
Um novo exame de TAC releva a presença de hematoma epidural e subdural frontal direito, de um fungo cerebral edemígeno frontal esquerdo e sinais radiológicos de hérnia cerebral transtentorial. Os médicos, pela gravidade do caso, decidem efetuar uma segunda intervenção neurocirúrgica por meio de craniotomia fronte-temporal direita e cranioectomia sub-temporal, com extração do hematoma fronte-temporal subdural direito.No dia seguinte o valor da PIC é de 18 e a avaliação GCS (Glasgow Coma Scale) é de 6.
Um exame de TAC do dia 18 de março revela a persistência de hematomas frontais com hemorragia intraventricular e sub-aracnóide.
A 19 de março, festa de São José, a doutora Noreen M. Yoder, amiga da família, entrega para a mãe de William duas relíquias do Pe. Luís Guanella, que ela própria coloca sobre o corpo do filho. No mesmo dia é posicionado um filtro cavale de Greenfield e uma TAC cerebral realizada a 20 de março que evidencia uma hemorragia sub-aracnóide difusa com massiva encefalomalacia bilateral. No dia 22 se faz uma traqueostomia e pelo aparecimento de um grave quadro de hidrocefalia se efetua uma ventriculostomia externa urgente.
Nos dias sucessivos a hidrocefalia não se compensa e se procede a 28 para a implantação de um sistema de derivação ventrículo-peritoneal direita. Até a alta de 9 de março de 2002 o restabelecimento neurológico e clínico global foi lento e progressivo, com a indicação de um programa de re-educação funcional neuromotora.
A 23 de setembro de 2002, a última intervenção de cranioplastia bilateral para a substituição dos retalhos ósseos retirados, e durante a convalescência se manifestaram crises epiléticas tônico-clônicas. No EEG (eletroencefalografia) apareceram anomalias difusas na ausência de focos epileptogênicos e taxa de avanço no nível da craniotomia. Um exame TAC mostrou a hipodensidade frontal direita com pequena retenção epidural, sem sinais de sangramento.
Oitos meses depois do acidente voltou a trabalhar na empresa do pai. Um exame RMN (Ressonância Magnética Neuráxis) de 14 de janeiro de 2003 evidenciou uma hiperdensidade frontal direita de um provável pequeno infarto venoso, e uma normalidade na parte lombar cervical. Uma relação clínica de 21 de dezembro de 2004 atesta que a última crise epilética foi de outubro de 2002 e a necessidade de continuar a terapia anti-convulsionante. O exame neurológico é negativo; não há déficit cognitivos e/ou neuropsíquicos. Perfeita a reinserção sócio-relacional.
Tal quadro clínico foi confirmado pelos dois peritos neurologistas “ab inspectione” que em 2006 visitaram o Sr. William Glisson.
William não somente voltou a trabalhar, mas em 2008 se casou muito felizmente.